Diabetes Melito - DM -

O que é diabetes melito?

   Diabetes melito (ou diabetes mellitus) - DM, é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento das taxas de glicose no sangue), resultado de deficiências ou falta de secreção de insulina (hormônio).
   O diabetes melito trata-se de uma doença complexa, na qual coexiste um transtorno global do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas, sendo uma doença crônica, sem cura ainda. Sua ênfase médica e de saúde deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente relacionados, sendo a longo ou a curto prazo. É multifatorial pela existência de múltiplos fatores implicado em sua patogênese.
   No início pensava-se que o fator que predispunha à enfermidade era um consumo alto de carboidratos. Depois viu-se que não havia um aumento das probabilidades de contrair diabetes melito com o consumo de carboidratos de ação (assimilação) lenta.
   Para quem tem diabetes melito, se prevenir, recomenda-se a prática de exercícios físicos de baixo impacto que melhora a administração das reservas de açúcar do corpo. As reservas de glicogênio aumentam e se dosificam melhor quando o corpo está em forma, já que os lipídios se queimam com mais facilidade, reservando mais os carboidratos para esforços intensos ou em caso de que o exercício físico seja muito longo, que as reservas agüentem mais tempo.
   Atualmente para o diabetes melito (tipo 2) - DM 2, os fatores mais importantes para seu aparecimento são o excesso de peso e a falta da prática de exercícios físicos.
   No caso do diabetes melito (tipo 1) - DM 1, esta aparece quando o sistema imunológico do doente ataca as células beta do pâncreas (células-β - células produtora de insulina). A causa desta confusão ainda não foi definida, apesar de parecer estar associada a casos de constipações e de outras doenças. O tipo de alimentação, o estilo de vida, etc., não têm qualquer influência no aparecimento deste tipo de diabetes melito.
   Normalmente antes de ser diagnosticada e tratada, a pessoa com diabetes melito apresenta poliúria (secreção excessiva de urina), polidipsia (sede execiva, com o aumento de ingestão de líquidos) e polifagia (apetite excecivo, com o aumento da ingestão de alimentos). Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente nas pessoas com diabetes melito (tipo 1), ou pode ser sutil ou completamente ausente (se desenvolvendo muito mais lentamente) nas pessoas com diabetes melito (tipo 2). No tipo 1 pode haver perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga excessiva. Estes sintomas podem também se manifestar no tipo 2, em pacientes cuja diabetes melito já diagnosticada é mal controlada.
   Quando a concentração de glicose (açúcar) no sangue está alta (acima do limiar renal), a reabsorção de glicose no túbulo proximal do rim é incompleta, e parte da glicose é excretada na urina (glicosúria). Isto aumenta a pressão osmótica da urina e conseqüentemente inibe a reabsorção de água pelo rim, resultando na produção aumentada de urina (poliúria) e na perda acentuada de líquido. O volume de sangue perdido será reposto osmoticamente da água armazena das células do corpo, causando desidratação e sede aumentada.
   Quando os níveis altos de glicose permanecem por longos períodos, ocorre a absorção de glicose e isto causa mudanças no formato das lentes dos olhos, levando a dificuldades de visão. A visão borrada é uma reclamação muito comum que pode levar ao diagnóstico do diabetes melito. O tipo 1 deve ser suspeito em casos de mudanças rápidas na visão, ao passo que o tipo 2 geralmente causa uma mudança mais gradual.
   Pacientes, geralmente os com diabetes melito (tipo 1), podem apresentar cetoacidose diabética, um estado extremo de desregulação metabólica caracterizada pelo “cheiro de acetona” na respiração do paciente, respiração Kussmaul (uma respiração rápida e profunda), poliúria, náuseas, vômitos e dores abdominais e qualquer um dos vários estados de consciência alterados (confusões mentais, letargia, hostilidade, manias, etc.). Na cetoacidose diabética severa, pode ocorrer o coma (inconsciência), podendo progredir para o óbito (morte). De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma emergência médica e requer atenção de uma equipe de especialistas.
   Um estado raro, porém igualmente severo, é o estado não-cetótico, que é mais comum no diabetes melito (tipo 2), e é principalmente resultante da desidratação devido à perda de líquido corporal. Freqüentemente o paciente têm ingerido quantidades imensas de bebidas contendo açúcar, levando a um ciclo vicioso em consideração à perda de líquido.
   O pâncreas é o órgão responsável pela produção de insulina. Esta hormônio é responsável pela regulação da glicemia (taxa de glicose no sangue). A insulina, normalmente é liberada no sangue pelas células beta do pâncreas (células-β) em resposta aos níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como combustível, para a sua conversão em outras moléculas necessárias, ou para seu armazenamento.
   Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica (utilização da glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja presente nas células. Portanto, as células possuem receptores de insulina que, quando acionados “abrem” a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células, não sendo absorvida. Como a insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e células de gordura, mas não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus receptores, desempenham um papel importante em todas as formas do diabetes melito.
   Níveis aumentados de insulina aumentam muitos os processos anabólicos, como o crescimento e a duplicação celular, a síntese protéica e o armazenamento de gordura. Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência), ou se a própria insulina está defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou armazenada corretamente no fígado e músculos. O “efeito dominó” são níveis altos persistentes de glicose no sangue, síntese protéica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a acidose.
   Alguns tipos de carboidratos pesente nos alimentos, são convertidos em poucas horas pelo corpo, no monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Outros tipos de carboidratos já não são convertidos em glicose. Alguns exemplos incluem a frutose (tipo de açúcar presente nas frutas) que é utilizada como um combustível celular, não sendo convertida em glicose e não participando do mecanismo regulatório metabólico da insulina/glicose. Adicionalmente, o carboidrato celulose não é convertido em glicose, já que os humanos não tem vias digestivas capazes de digerir bem a celulose.
   Em relação a genética humana, ambos os tipos 1 e 2 de diabetes melito são parcialmente herdáveis (congênitos), sendo a do tipo 2 a que apresenta mais herdabilidade (hereditariedade). O tipo 1 de diabetes parece ser desencadeado por infecções (principalmente as virais) e, em uma proporção menor de pessoas, por exposições ambientais a drogas farmacêuticas (fármacos) e/ou estresse e por fator hereditário (genêtico).
   Existe um forte padrão de herança genética para o diabetes melito (tipo 2). Aquelas pessoas com parentes de primeiro grau com diabetes melito (tipo 2) possuim um risco muito maior de desenvolver o diabetes melito (tipo 2), com o risco aumentando para o número de parentes acometidos.
   As complicações do diabetes melito são muito menos comuns e menos severas nas pessoas que possuem as taxas glicêmicas (taxa de glicemia no sangue) bem controlados, variáveis de pessoa para pessoa, sendo que quanto melhor o controle, menor será o risco de complicações. Desta maneira, a educação do paciente, o entendimento e a participação é vital. Os profissionais médicos e de saúde que tratam o diabetes melito também tentam conscientizar o paciente a se livrar de certos hábitos que sejam prejudiciais ao diabetes melito. Estes incluem o tabagismo, o colesterol elevado (melhorando com o controle ou com a redução da dieta alimentar usual, com a prática de exercícios físicos de baixo impacto e com o uso de medicações), a obesidade (mesmo uma perda modesta de peso pode ser benéfica), a pressão sanguínea alta (melhorando com a prática de exercício físicos e com as medicações, se necessário) e o sedentarismo. Basicamente, as complicações causadas pelo diabetes se dão pelo excesso de glicose no sangue.

Diabetes melito (tipo 1) - DM 1 -
   O diabetes melito (tipo 1) (ou diabetes mellitus (tipo 1)) - DM 1, normalmente se inicia na infância ou adolescência, e se caracteriza por uma deficiência de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas (células-β) por processos auto-imunes ou idiopáticos. Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes melito (tipo 1), a qual se apresenta mais freqüentemente entre jovens e crianças. Este tipo de diabetes melito era conhecido antigamente como diabetes melito insulino-dependente ou diabetes melito infantil, termos que não se usam mais. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. As pessoas que padecem dela devem receber aplicações diárias de injeções de insulina (insulina sintética humana). A quantidade de aplicações diárias de injeções de insulina é variável em função do tratamento escolhido pelo médico endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. A insulina sintética humana pode ser de ação (assimilação) lenta ou rápida.
   Para controlar este tipo de diabetes melito é necessário o equilíbrio de três fatores: as aplicações diárias de injeções de insulina, o controle da dieta alimentar e a prática de exercícios físicos de baixo impacto.
   Sobre a alimentação das pessoas com o tipo 1, é preciso ter vários fatores em conta. Apesar de ser necessário algum rigor na dieta alimentar, há de lembrar que este tipo de diabetes melito atinge essencialmente jovens, que na sua maioria estão muitas vezes em fase de crescimento e têm vidas ativas. Assim, o plano da dieta alimentar deve ser concebido com a ajuda também de um nutricionista, uma vez que as dietas alimentares podem ser demasiadamentes limitadas para a idade e as atividades dos doentes. Para o dia a dia, é desaconselhável a ingestão de carboidratos de ação (assimilação) rápida (sumos, bolos, cremes, etc.), sempre incentivado os de ação (assimilação) lenta (pão, bolachas, arroz, etc.) de modo a evitar picos de glicemia.
   Em relação a prática de exercícios físicos, muitas vezes se houve que o diabético não pode praticar exercícios físicos. Esta afirmação é completamente falsa, já que a prática de exercícios físicos de baixo impacto contribuem para um melhor controle do diabetes melito, queimando o excesso de açúcar, gorduras e melhorando a qualidade de vida. Por vezes, torna-se necessário dobrar um pouco as regras, como na prática de exercícios físicos (se possível de baixo impacto), em que se requer muita energia, na qual que é preciso consumir muita energia, ou seja, consumir carboidratos.

Diabetes melito (tipo 2) - DM 2 -
   O diabetes melito (tipo 2) (ou diabetes mellitus (tipo 2)) - DM 2, desenvolve-se freqüentemente em pessoas adultas e é muito associaada com a obesidade, mas essa não é a única causa. Se caracteriza por haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina. As células beta do pâncreas (células-β) aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, a resistência à insulina acaba por levar essas células à exaustão. Antigamente esse tipo de diabetes melito era conhecido como diabetes melito não insulino-dependente ou diabetes melito do adulto, termos que não se usam mais. Vários fármacos e outras causas fisiológicas podem, contudo, levar a esse tipo de diabetes melito.
   Em relação a prática de exercícios físicos, muitas vezes se houve que o diabético não pode praticar exercícios físicos. Esta afirmação é completamente falsa, já que a prática de exercícios físicos de baixo impacto contribuem para um melhor controle do diabetes melito, queimando o excesso de açúcar, gorduras e melhorando a qualidade de vida. Por vezes, torna-se necessário dobrar um pouco as regras, como na prática de exercícios físicos (se possível de baixo impacto), em que se requer muita energia, na qual que é preciso consumir muita energia, ou seja, consumir carboidratos.

Diabetes melito gestacional - DMG -
   O diabetes melito gestacional (ou diabetes mellitus gestacional) - DMG, se desenvolve durante a gravidez e pode melhorar ou desaparecer após o nascimento do bebê. Embora possa ser temporária, o diabetes melito gestacional pode trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe, e cerca de 20% a 50% das mulheres que a possui durante a gravidez, podem desenvolver diabetes melito (tipo 2) mais tardiamente durante a vida.
   Esse tipo de diabetes melito envolve uma combinação de secreção e responsividade de insulina inadequados, assemelhando-se ao diabetes melito (tipo 2) em diversos aspectos. O diabetes melito gestacional ocorre em cerca de 2% a 5% de todas as gravidezes. Ela é temporária e completamente tratável mas, se não tratada, pode causar vários problemas na gravidez, incluindo macrosomia (peso elevado do bebê ao nascer), malformações fetais (como malformações fetais cardíacas, malformações fetais do sistema nervoso central, malformações fetais dos músculos esqueléticos, etc.), etc. Ela requer supervisão médica e nutricional cuidadosa durante a gravidez.

Outros tipos de diabetes melito -
   Outros tipos menos comuns, que acontecem em menos de 5% de todos os casos diagnosticados de diabetes melito, são:
A: Causado por defeito genético nas células beta.
B: Causado por resistência à insulina determinada geneticamente.
C: Causado por doenças no pâncreas.
D: Causado por defeitos hormonais.
E: Causado por compostos químicos e/ou fármacos.
F: Causado por doenças infecciosas (rubéola congênita, citamegalovírus, etc.).
G: Causado por formas incomuns de diabetes melito imuno-mediadas (síndrome do “homem rígido”, anticorpos anti-insulina, etc.).
H: Causado por outras síndromes genéticas, algumas vezes associadas com diabetes melito (síndrome de Down, síndrome de Klinefelter, síndrome de Turner, síndrome de Wolfram, ataxia de Friedreich, coréia de Huntington, síndrome de Laurence-Moon-Biedl, distrofia miotônica, porfiria, síndrome de Prader-Willi, etc.).


Fonte: Site Wikipédia (Português).

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